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Publicado em 20/04/2021

Rochagem: tudo o que você precisa saber sobre o uso do pó de rocha na agricultura

Pó de rocha é um tipo de insumo utilizado na técnica de adubação agrícola conhecida como rochagem. De maneira geral, o pó de rocha é resultante de rochas trituradas em diferentes granulometrias que são aplicadas ao solo.

Mas, para que servem exatamente o pó de rocha e a rochagem? A rochagem é uma técnica que pode complementar a adubação tradicional, feita com fertilizantes químicos, para suprir o solo com os minerais perdidos durante o processo da produção agrícola.

Isso traz muitos benefícios, tanto em termos de qualidade da lavoura quanto em termos de eficiência dos processos e economia para o agricultor. Mas, para entender tudo isso, precisamos primeiro entender melhor o que é o pó de rocha.

O que é pó de rocha?

O pó de rocha é um insumo agrícola feito a partir de minerais que passam por um processo de trituração para que ele possa ser utilizado na técnica da rochagem. Mas não é qualquer mineral ou rocha que pode ser utilizado para isso.

É preciso que as matérias–primas tenham requisitos mínimos de eficiência agrícola para que possam ser aproveitadas na rochagem. Ou seja, é preciso que o resultado final dos processos de fabricação do pó de rocha ajude o solo a repor os nutrientes que são extraídos pelas plantas durante o seu processo de crescimento.

Além disso, mesmo os fertilizantes convencionais utilizam matérias-primas que são rochas. A diferença é que no caso destes, há um tratamento com substâncias químicas que ajudam a aumentar a concentração e solubilidade dos nutrientes.

Isso, a princípio, pode parecer bom, mas muitas vezes os fertilizantes químicos convencionais geram problemas, como uma alta taxa de lixiviação e alguns causam distúrbios no solo, como a compactação, a salinidade, a acidificação, a diminuição da taxa de retenção de água e danos a microbiota.

Como surgiu a rochagem

A rochagem é uma técnica conhecida há bastante tempo, com os primeiros trabalhos sobre a técnica aparecendo no final do século XIX. Entre eles, temos o trabalho do Dr. William A. Albrecht, PhD, Chefe do Departamento de Solos da Universidade do Missouri e presidente da Soil Science Society of America que cunhou a expressão “insoluble yet available” (insolúvel, porém disponível).

Isso significa que, apesar de serem insolúveis em água, como os fertilizantes convencionais, o pó de rocha tem nutrientes disponíveis para o solo e para as plantas. Recentemente, a rochagem tem ganhado a atenção dos agricultores pelos seus benefícios, que incluem:

Melhora da qualidade física e química e do solo;
Aumento da CTC do solo;
Aumento do pH do solo;
Aumento da eficiência do uso de nutrientes;
Disponibilização de nutrientes de forma gradativa e contínua;
Estímulo da atividade biológica do solo e das raízes das plantas;
Redução da perda de nutrientes;
Redução de custos.
No Brasil, a técnica da rochagem também é conhecida como remineralização do solo. A Embrapa e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) passaram a investigar mais intensamente a rochagem a partir do final da década de 90, utilizando rochas regionais disponíveis no solo brasileiro, como o siltito glauconítico encontrado em São Gotardo, Minas Gerais.

O pó de rocha como um insumo foi denominado agromineral e reconhecido oficialmente pelo Ministério da Agricultura como fertilizante através da Lei 12.890, de 2013, que alterou a lei 6.894, de 1980. A regulamentação da lei, entretanto, só foi ser feita um pouco mais tarde, em 2016.

Além dos benefícios do pó de rocha na melhora da estruturação e das propriedades do solo eles têm outra grande vantagem, que é disponibilizar nutrientes que geralmente são ignorados na hora de planejar o manejo, mas que contribuem para que as plantas se desenvolvam de maneira adequada.

O pó de rocha fornece às plantas os nutrientes que elas precisam

O pó de rocha, além de disponibilizar seus nutrientes de maneira gradual e menos suscetível à lixiviação, é uma fonte importante de micronutrientes.

Muitos dos fertilizantes feitos a partir do pó de rocha contém nutrientes como o boro, magnésio, manganês, o cobre e o zinco, entre outros. Esses nutrientes são necessários em menor quantidade que os conhecidos como macronutrientes: o nitrogênio, o fósforo e o potássio ou NPK. Entretanto, sua ação é muito importante nos processos de crescimento das plantas.

A falta de algum desses micronutrientes é um fator que pode limitar a produtividade da lavoura. Muitas vezes, sem identificar corretamente que o que falta em seu manejo é a adição de um micronutriente, o produtor adiciona mais fertilizantes químicos convencionais, que geralmente são fórmulas muito concentradas de NPK, piorando a situação.

Isso porque o excesso de um macronutriente afeta a disponibilidade dos micronutrientes. Por exemplo: o excesso de nitrogênio afeta a disponibilidade de boro e cobre. Muito fósforo no solo também afeta a disponibilidade de cobre e zinco. Potássio em excesso diminui a disponibilidade magnésio e boro.

É nesse momento que a rochagem se torna uma técnica importante para corrigir esses problemas de nutrição da lavoura, fornecendo às plantas os micronutrientes e equilibrando os níveis de macronutrientes no solo.

Incluir o pó de rocha no manejo de nutrição da lavoura é importante para o agricultor manter esses níveis de nutrientes equilibrados e em quantidades que as plantas precisam. Outra vantagem é em relação à aplicação.

Por geralmente terem uma granulação mais fina, o pó de rocha também permite uma gama maior de formas de aplicação, seja ela foliar seja ela diretamente no solo. A aplicação foliar beneficia as plantas que precisam de certos nutrientes em suas partes aéreas, como as folhas, já que o fertilizante é aplicado diretamente nesse local.

Mas mesmo a aplicação do pó de rocha no solo tem vantagens, como a já citada melhora da estruturação e das propriedades químicas do solo. Além disso, a ação conjunta dos benefícios do pó de rocha traz outras vantagens em sua utilização no manejo da lavoura, como a sua atuação como defensivo contra pragas.


Fonte: Blog Verde